quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Decisão tomada! Estamos quase sem cabelo.

Ontem a noite foi o dia da decisão de abrir mão do cabelo e continuar seguindo em direção a cura. Cada pessoa sente a coisa de uma forma, e eu não sabia o que queria, apenas que seria uma decisão que tem um tempo para ser tomada, dias contados.... Todos os dias quando o Zé (maridão) chegava em casa me perguntava se seria naquele dia e eu falava que assim que eu visse o cabelo caindo eu falaria..... e estava caindo, eu já estava vendo e ontem, foi o ponto final. Assim que ele chegou do trabalho dei a notícia que ele seria o responsável por esse ato de amor, e desprendimento, e foi o que aconteceu. Zé “mãos de tesoura” fez seu trabalho. Eu, que achava que aquele seria o pior momento de minha vida, senti um peso enorme caindo pelos meus ombros, ou melhor da minha cabeça. O cabelo caía com suavidade nos meus ombros, e pelas mãos de uma pessoa tão especial. Foi uma experiência um pouco triste mas não consegui em nenhum momento chorar, aquilo estava mais para alívio do que sofrimento. E assim foi feito  meu cabelo estava espalhado no chão branco, solto e abandonado para a lixeira mais próxima. Junto com meus últimos fios fracos foram também os do marido tirados pelas minhas próprias mãos a pedido dele. Eu amo esse homem e amo a vida acima de tudo. 

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O olhar da janela!

O olhar da janela, a perspectiva do belo, do inusitado, da surpresa mesmo dentro do conhecido, ou do desconhecido, mesmo dentro daquilo que se acha estar seguro. Qualquer dia pode ser diferente, qualquer momento pode nos surpreender, cada novidade, por mais conhecida que seja não deixa de ser uma novidade... e com ela vem a dúvida, que não seja da realidade em si, vem a surpresa da reação que se pode ter. Aprender, crescer, superar as suas próprias espectativas....e por fim conseguir ....

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Taí uma fase que temos que conseguir ter Saúde Mental muito bom o texto por Rubem Alves

"Fui convidado a fazer uma preleção sobre saúde mental. Os que me convidaram supuseram que eu, na qualidade de psicanalista, deveria ser um especialista no assunto. E eu também pensei. Tanto que aceitei.

Mas foi só parar para pensar para me arrepender. Percebi que nada sabia.Eu me explico.Comecei o meu pensamento fazendo uma lista das pessoas que, do meu ponto de vista, tiveram uma vida mental rica e excitante, pessoas cujos livros e obras são alimento para a minha alma. Nietzsche, Fernando Pessoa, Van Gogh, Wittgenstein, Cecília Meireles, Maiakovski. E logo me assustei. Nietzsche ficou louco. Fernando Pessoa era dado à bebida. Van Gogh matou-se. Wittgenstein alegrou-se ao saber que iria morrer em breve: não suportava mais viver com tanta angústia. Cecília Meireles sofria de uma suave depressão crônica. Maiakoviski suicidou-se.

Essas eram pessoas lúcidas e profundas que continuarão a ser pão para os vivos muito depois de nós termos sido completamente esquecidos. Mas será que tinham saúde mental? Saúde mental, essa condição em que as idéias comportam-se bem, sempre iguais, previsíveis, sem surpresas, obedientes ao comando do dever, todas as coisas nos seus lugares, como soldados em ordem unida, jamais permitindo que o corpo falte ao trabalho, ou que faça algo inesperado; nem é preciso dar uma volta ao mundo num barco a vela, basta fazer o que fez a Shirley Valentine (se ainda não viu, veja o filme) ou ter um amor proibido ou, mais perigoso que tudo isso, a coragem de pensar o que nunca pensou.

Pensar é uma coisa muito perigosa... Não, saúde mental elas não tinham... Eram lúcidas demais para isso.Elas sabiam que o mundo é controlado pelos loucos e idosos de gravata.Sendo donos do poder, os loucos passam a ser os protótipos da saúde mental. Claro que nenhum dos nomes que citei sobreviveria aos testes psicológicos a que teria de se submeter se fosse pedir emprego numa empresa. Por outro lado, nunca ouvi falar de político que tivesse depressão. Andam sempre fortes em passarelas pelas ruas da cidade, distribuindo sorrisos e certezas.

Sinto que meus pensamentos podem parecer pensamentos de louco e por isso apresso-me aos devidos esclarecimentos. Nós somos muito parecidos com computadores. O funcionamento dos computadores, como todo mundo sabe, requer a interação de duas partes. Uma delas chama-se hardware, literalmente "equipamento duro", e a outra denomina-se software, "equipamento macio". Hardware é constituído por todas as coisas sólidas com que o aparelho é feito. O software é constituído por entidades "espirituais" - símbolos que formam os programas e são gravados nos disquetes. Nós também temos um hardware e um software.

O hardware são os nervos do cérebro, os neurônios, tudo aquilo que compõe o sistema nervoso. O software é constituído por uma série de programas que ficam gravados na memória. Do mesmo jeito como nos computadores, o que fica na memória são símbolos, entidades levíssimas, dir-se-ia mesmo "espirituais", sendo que o programa mais importante é a linguagem.

Um computador pode enlouquecer por defeitos no hardware ou por defeitos no software.Nós também. Quando o nosso hardware fica louco há que se chamar psiquiatras e neurologistas, que virão com suas poções químicas e bisturis consertar o que se estragou. Quando o problema está no software, entretanto, poções e bisturis não funcionam.

Não se conserta um programa com chave de fenda. Porque o software é feito de símbolos e, somente símbolos, podem entrar dentro dele. Ouvimos uma música e choramos. Lemos os poemas eróticos de Drummond e o corpo fica excitado. Imagine um aparelho de som. Imagine que o toca-discos e os acessórios, o hardware, tenham a capacidade de ouvir a música que ele toca e se comover. Imagine mais, que a beleza é tão grande que o hardware não a comporta e se arrebenta de emoção!

Pois foi isso que aconteceu com aquelas pessoas que citei no princípio:
A música que saia de seu software era tão bonita que seu hardware não suportou... Dados esses pressupostos teóricos, estamos agora em condições de oferecer uma receita que garantirá, àqueles que a seguirem à risca, "saúde mental" até o fim dos seus dias.

Opte por um software modesto. Evite as coisas belas e comoventes.

A beleza é perigosa para o hardware. Cuidado com a música... Brahms, Mahler, Wagner, Bach são especialmente contra-indicados. Quanto às leituras, evite aquelas que fazem pensar. Tranquilize-se: há uma vasta literatura especializada em impedir o pensamento. Se há livros do doutor Lair Ribeiro, por que se arriscar a ler Saramago?

Os jornais têm o mesmo efeito. Devem ser lidos diariamente. Como eles publicam diariamente sempre a mesma coisa com nomes e caras diferentes, fica garantido que o nosso software pensará sempre coisas iguais. E, aos domingos, não se esqueça do Silvio Santos e do Gugu Liberato.

Seguindo essa receita você terá uma vida tranquila, embora banal.
Mas como você cultivou a insensibilidade, você não perceberá o quão banal ela é. E, em vez de ter o fim que tiveram as pessoas que mencionei, você se aposentará para, então, realizar os seus sonhos. Infelizmente, entretanto, quando chegar tal momento, você já terá se esquecido de como eles eram..."

Fonte: "Sobre o tempo e a eternidade" Campinas: Ed. Papirus, 1996.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Fala Xico Xavier

Retirei esse texto do blog Vai dar tudo certo, mais uma lutadora que cruza com informações o meu caminho, e sempre agradecendo a Deus por tudo que estou aprendendo nessa caminhada.
Nasceste no lar que precisavas.
Vestiste o corpo físico que merecias.
Moras onde melhor Deus te proporcionou,
De acordo com teu adiantamento.
Possuis os recursos financeiros coerentes
Com as tuas necessidades, nem mais, nem menos, mas o justo para as tuas lutas terrenas.
Teu ambiente de trabalho é o que elegeste espontaneamente para a tua realização.
Teus parentes, amigos são as almas que atraístes, com tua própria afinidade.
Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle
Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas tudo aquilo que te rodeia a existência.
Teus pensamentos e vontade são a chave de teus atos e atitudes
São as fontes de atração e repulsão na tua jornada vivência.
Não reclames nem te faças de vítima.
Antes de tudo, analisa e observa.
A mudança está em tuas mãos.
Reprograma tua meta.
Busca o bem e viverás melhor.
Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,
Qualquer Um pode
Começar agora e fazer um Novo Fim.

Chico Xavier

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Fim de semana em Friburgo

No primeiro final de semana depois da primeira sessão de quimio fui repor as energias em Friburo, na casa do meu tio querido. Ótimo final de semana, quase parecia minha vida normal, consegui comer bem, fora o verde a beleza e o carinho que me deixaram nova. Mas, uma experiência eu aprendi, enquando estiver fazendo o tratamento não posso bobear a parar com os cuidados e atenções principalmente com a alimentação. Vacilei, tive dois dias quase normais, mas meu organismo está fragilizado pela medicação e devo manter uma alimentação leve e saudável, sem exageros. Hoje estou muito enjoada e novamente sem fome....é passar um dia de cada vêz, sabendo que isso é uma fase e vai passar.

Mensagem recebida pela amiga Myriam, valeu a força!!


Siga em frente, em direção a Luz,
não se assuste com a montanha a frente,
ela é apenas um obstáculo a ser ultrapassado,
lá em cima o horizonte é lindo, o mundo é mais azul,
e a vitória, a vitória é toda sua!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Não se assustem não vou fazer esses posts diários!!!

É só para explicar para eu mesma, que as coisas são diferentes, e que tenho que lutar  por um dia de cada vêz. Hoje ainda enjoada e cansada já consegui trabalhar e tentar levar o melhor possível essa fase até o fim. Não sei se amanhã ou depois estarei assim ou assado, apenas reparei com essa primeira semana que os dias são diferentes a as minhas reações também. É tentar reagir e recuperar as forças. Vou conseguir, sei que vou. Depois vou ficar imaginando como tudo passou tão rápido.

Dia 15 de setembro - nem tudo são flores

Acordei muito cansada e só consegui tomar um pouco de iogurte. Fui para o trabalho como todos os dias, mas chegando lá não estava me aguentando, e acabei passando meio mal e colocando o pouco que tinha ingerido pra fora, não aguentei e fui para casa, fiquei de molho mesmo, sem vontade de nada. A filhota cheia de atenção querendo me dar tudo, esse seria o momento para eu me aproveitar dessa liberação total a minha pessoa, mas não consegui, sentia como se meu corpo estivesse muiiiiito cansado.

Dia 14 de setembro - trabalhando normalmente

Até estranhei um pouco, não estava sentindo nada, fora um enjôo ao qual já estava medicada, mas muito chato mesmo, fome ZERO......Consegui trabalhar normalmente o dia todo e desabafar na minha terapia.

1ª Sessão de quimio - dia 13 de setembro

 Lá fui eu para o início das minhas sessões de quimio, com Julia(filhota) e Zé(maridão) a tiracolo. Até estava bem tranquila e querendo começar logo para poder acabar logo tb, gostei muito do local e das pessoas, a atenção é tudo num momento como esse. Por mais que façamos perguntas sobre tudo aquilo que se pode sentir, smpre rola que cada pessoa temum tipo de reação diferente o melhor a fazer é tentar estar o mais equilibrada possível para a sua cabêça não detonar o seu corpo. Pelo menos é dessa forma que penso. Conclusão esta euzinha lá alegre e confortável em uma "super" cadeira desssas tipo mega confortáveis, chupando meu gelinho para não dar isso, e tentando não imaginar que iria sentir aquilo.  Passei pela primeira e não me senti mal como estava esperando. Na saída de lá ainda fomos tomar água de côco no mirante do Leblon. Muito bom o fim de tarde com meus dois amores.